sábado, 31 de janeiro de 2009

Do socialismo utópico ao científico (parte I)
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Friedrich Engels
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O socialismo moderno é, em primeiro lugar, por seu conteúdo, fruto do reflexo na inteligência, de um lado dos antagonismos de classe que imperam na moderna sociedade entre possuidores e despossuidos, capitalistas e operários assalariados, e, de outro lado, da anarquia que reina na produção. Por sua forma teórica, porém, o socialismo começa apresentando-se como uma continuação, mais desenvolvida e mais conseqüente, dos princípios proclamados pelos grandes pensadores franceses do século XVIII.
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Como toda nova teoria, o socialismo, embora tivesse suas raízes nos fatos materiais econômicos, teve de ligar-se, ao nascer, às Idéias existentes. Os grandes homens que, na França, iluminaram os cérebros para a revolução que se havia de desencadear, adotaram uma atitude resolutamente revolucionária. Não reconheciam autoridade exterior de nenhuma espécie. A religião, a concepção da natureza, a sociedade, a ordem estatal: tudo eles submetiam à crítica mais impiedosa; tudo quanto existia devia justificar os títulos de sua existência ante o foro da razão, ou renunciar a continuar existindo.
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A tudo se aplicava como rasoura única a razão pensante. Era a época em que, segundo Hegel, "o mundo girava sobre a cabeça", primeiro no sentido de que a cabeça humana e os princípios estabelecidos por sua especulação reclamavam o direito de ser acatados como base de todos os atos humanos e toda relação social, e logo também, no sentido mais amplo de que a realidade que não se ajustava a essas conclusões se via subvertida, de fato, desde os alicerces até à cumieira.
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Todas as formas anteriores de sociedade e de Estado, todas as leis tradicionais, foram atiradas no monturo como irracionais; até então o mundo se deixara governar por puros preconceitos; todo o passado não merecia senão comiseração e desprezo, Só agora despontava a aurora, o reino da razão; daqui por diante a superstição, a injustiça, o privilégio e a opressão seriam substituídos pela verdade eterna, pela eterna justiça, pela igualdade baseada na natureza e pelos direitos Inalienáveis do homem.
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Já sabemos, hoje, que esse império da razão não era mais que o império idealizado pela burguesia; que a justiça eterna tomou corpo na justiça burguesa; que a igualdade se reduziu à igualdade burguesa em face da lei; que como um dos direitos mais essenciais do homem foi proclamada a propriedade burguesa; e que o Estado da razão, o "contrato social" de Rousseau, pisou e somente podia pisar o terreno da realidade, convertido na república democrática burguesa. Os grandes pensadores do século XVIII, como todos os seus Predecessores, não podiam romper as fronteiras que sua própria época lhes impunha.
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Mas, ao lado do antagonismo entre a nobreza feudal e a burguesia, que se erigia em representante de todo o resto da sociedade, mantinha-se de pé o antagonismo geral entre exploradores e explorados, entre ricos gozadores e pobres que trabalhavam. E esse fato exatamente é que permitia aos representantes da burguesia arrogar-se a representação, não de uma classe determinada, mas de toda a humanidade sofredora.
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Mais ainda: desde o momento mesmo em que nasceu, a burguesia conduzia em suas entranhas sua própria antítese, pois os capitalistas não podem existir sem os operários assalariados, e na mesma proporção em que os mestres de ofícios das corporações medievais se convertiam em burgueses modernos, os oficiais e os jornaleiros não agremiados transformavam-se em proletários. E se, em termos gerais, a burguesia podia arrogar-se o direito de representar, em suas lutas com a nobreza, além dos seus Interesses, os das diferentes classes trabalhadoras da época, ao lado de todo grande movimento burguês que se desatava, eclodiam movimentos independentes daquela classe que era o precedente mais ou menos desenvolvido do proletariado moderno.
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Tal foi na época da Reforma e das guerras camponesas na Alemanha. a tendência dos anabatistas e de Thomas Münzer; na grande Revolução Inglesa, os "levellers", e na Revolução Francesa, Babeuf. Essas sublevações revolucionárias de uma classe incipiente são acompanhadas, por sua vez, pelas correspondentes manifestações teóricas: nos séculos XVI e XVII aparecem as descrições utópicas de um regime ideal da sociedade; no século XVIII, teorias já abertamente comunistas, como as de Morelly e Mably. A reivindicação da igualdade não se limitava aos direitos políticos, mas se estendia às condições sociais de vida de cada indivíduo; já não se tratava de abolir os privilégios de classe, mas de destruir as próprias diferenças de classe. Um comunismo ascético, ao modo espartano, que renunciava a todos os gozos da vida: tal foi a primeira forma de manifestação da nova teoria.
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(continua...)

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

PSB é o partido mais forte do Nordeste
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Sob o título acima, artigo publicado no jornal Valor Econômico (12/12/2008) afirma que nenhuma legenda é tão forte no Nordeste como o PSB. Entre os grandes partidos nacionais, nenhum está tão aparelhado para capitalizar votos esse momento quanto o PSB, diz o texto. Na avaliação da editora de política do veículo, Maria Cristina Fernandes, a região deve ser a menos impactada pela crise economica, pois seu crescimento vem, há alguns anos, superando a média nacional graças também à elevação de investimentos públicos e privados.
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O Nordeste e o colchão de votos
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Metade dos beneficiários do Bolsa Família estão no Nordeste. Apenas em Pernambuco e Alagoas, a renda gerada pelo programa é pelo menos oito vezes maior do que a da cana de açúcar. Na região, os benefícios previdenciários superam o Fundo de Participação dos Municípios em 70% das localidades. Os pagamentos do INSS representam11% do PIB regional e correspondem a valores quatro vezes maiores que os do Bolsa Família. Somados, Previdência e programas sociais atingem mais de dois terços das famílias nordestinas. Nenhum setor econômico da região consegue se aproximar da renda gerada pelos programas federais.
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Os dados, apresentados pelo professor da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), Cícero Péricles de Carvalho, no XXXVI Encontro Nacional de Economia, em Salvador, o levam a afirmar que se o Brasil, segundo a OCDE, é, entre as grandes economias, aquela em que o impacto da crise financeira mundial será menor, o Nordeste é a região do país que menos deverá ser afetada. Não que a economia local passe ao largo. Seu crescimento vem, há alguns anos, superando a média nacional graças também à elevação de investimentos públicos e privados.
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Hoje os setores industrial e de serviços somam, segundo o professor da UFAL, mais de 85% do PIB da região, com um peso relativamente pequeno de fabricantes de automóveis e bancos, que estão no topo das atividades mais afetadas. Suas exportações, que entre 2000 e 2007 triplicaram de valor, certamente serão impactadas. Mas a expectativa é de que o perfil de consumo, fortalecido pela valorização do salário mínimo - renda de 62% dos trabalhadores da região - venha a amortizar a queda.
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Se a curva de popularidade dos candidatos à Presidência da República será diretamente impactada pela evolução do PIB até 2010 e a região se constituir um foco de resistência à crise, é de se esperar que os partidos governistas lá fortalecidos venham a valorizar sua influência.
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Entre os grandes partidos nacionais, nenhum está tão aparelhado para capitalizar esse momento quanto o PSB. Entre os partidos que contam, é o único que tem crescido, ininterruptamente, em percentual de votos, em todas as eleições municipais desde 1996. Em número de prefeitos eleitos foi, depois do PT, o partido que mais cresceu nas urnas de outubro.
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Em nenhuma região, o PSB é tão forte quanto no Nordeste, que possui 27% do eleitorado nacional, um pouco menos do que a somados eleitores do Sul, Norte e Centro-Oeste. . Foi lá que elegeu seus três governadores - Eduardo Campos (PE), Cid Gomes (CE) e Wilma Faria (RN). Nesses Estados, governa um eleitorado de 13,8 milhões.
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É do PSB do Nordeste o segundo nome na lembrança do eleitor para a corrida sucessória. Assim, uma eventual candidatura do deputado federal Ciro Gomes (PSB-CE) poderá vir a ser duplamente beneficiada pela crise. No Nordeste, pela identificação com o Governo Federal, ativo mais valorizado na região do que em qualquer parte. E, no restante do País, pelo estilo franco-atirador com que dispara suas estatísticas econômicas sem a responsabilidade direta por uma administração.
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quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Lançamento do blog da JSB-JP
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Neste sábado (31/01), a partir das 21h, o pessoal do grupo Síndrome do Sistema (SDS) / Du Cangaço Produções promove o baile Astral Black no Astral Drinks - Av. Beira Rio, no Centro da capital paraibana. A Juventude Socialista Brasileira em João Pessoa (JSB-JP) aproveitará o evento para fazer o lançamento oficial do seu blog: HTTP://JSBJP.BLOGSPOT.COM
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A festa será comandada pelos DJs: Lord Alf (Hip-Hop), AND’y (Breakbeat) e Subzero (Breakbeat). Todos(as) militantes e filiados da JSB estão mais do que convidados a participar, devem comparecer mesmo! Será uma noite bem agradável, com boa música, bate-papo, drinks variados - são mais de 500 opções disponíveis - além dos espetinhos (feitos na hora) e uma sinuquinha de leve. Convidem os amigos(as), repassem a informação!
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quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Fórum Social Mundial 2009

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A edição deste ano reunirá cerca de 100 mil pessoas – de mais de 150 países – na cidade de Belém-PA. Participam do evento diversas organizações e seus membros, indivíduos, mídias, voluntários e atividades autogestionadas, de 27 de janeiro a 1º de fevereiro nos campi da UFPA e UFRA. O Fórum Social Mundial (FSM) é certamente hoje o principal espaço de expressão do pensamento da esquerda no mundo, e a partir dele é possível avaliar em que medida uma nova esquerda emerge e se recompõe.
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O FSM é um espaço aberto de encontro – plural, diversificado, não-governamental e não-partidário – que estimula de forma descentralizada o debate, a reflexão, a formulação de propostas, a troca de experiências e articulação entre organizações e movimentos engajados em ações concretas, do nível local ao internacional, pela construção de um outro mundo, mais solidário, democrático e justo. Em outras palavras, o Fórum é resultante de uma conjuntura política de resistência global ao capitalismo, símbolo de uma globalização contra-hegemônica.
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As três primeiras edições do FSM (2001, 2002, 2003), bem como a quinta edição (2005), aconteceram em Porto Alegre - RS. Em 2004, o evento mundial foi realizado pela primeira vez fora do Brasil, na Índia. Em 2006, sempre em expansão, o Fórum aconteceu de maneira descentralizada em países de três continentes: Mali (África), Paquistão (Ásia) e Venezuela (América). Em 2007, voltou a acontecer de maneira central no Quênia (África). O incrível aumento do número de participantes trouxe visibilidade e também desafios.
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O FSM tornou evidente a capacidade de mobilização que a sociedade civil pode adquirir quando se organiza a partir de novas formas de ação política, caracterizadas pela valorização da diversidade e da co-responsabilidade. O sucesso da primeira edição resultou na criação do Conselho Internacional que, em sua reunião de fundação, aprovou em 2001 uma Carta de Princípios, a fim de garantir a manutenção do Fórum Social como espaço e processo permanentes para a busca e construção de alternativas ao neoliberalismo. Hoje, são realizados fóruns sociais locais, regionais, nacionais e temáticos em todo o mundo, com base na Carta de Princípios.
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Características e estratégias
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O sucesso do FSM está intimamente ligado a manutenção de três características: 1) pluralidade, à medida que múltiplas matizes do pensamento de esquerda devem continuar se encontrando; ou seja, a luta contra o capital não é patrimônio de uma só orientação ideológica; 2) diversidade, pois os diferentes movimentos e organizações políticas devem estar representados e atuantes; o movimento de mulheres, os campesinos, o de combate ao racismo, a juventude, os sindicalistas, LGBT, enfim, cada parte do corpo cumpre uma função e nenhuma pode ser substituída; 3) perenidade, visto que o Fórum só encontra conseqüências concretas ao consolidar-se como permanente, compreendido como um processo que começa nas cidades, bairros, locais de militância e continua na volta de Belém. É fundamental que o FSM seja precedido e sucedido por uma articulação entre a pauta proposta e discutida e a luta social em cada localidade do planeta.
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Para a construção do Fórum Social Mundial foram criados vários grupos de trabalho (GTs), que coletivamente ajudam a desenvolver os diferentes aspectos deste grande evento antiglobalização. Entre os GTs participantes desta edição temos: Comunicação, Metodologia, Mobilização, Cultura, Inter-Religioso, Juventude e Economia Solidária. Com relação à parte cultural do FSM 2009, já está no ar a lista completa das atividades que irão movimentar os mais de 100 mil participantes. Serão mais de 300 atividades dividas em: artes plásticas, artes cênicas, cinema, cortejos e festas, música, literatura, oficinas e vivências político-culturais.
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Programação geral do evento
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25/01 - Início do credenciamento (ginásio da UFRA);
27/01 - Marcha de abertura. Saída às 15h do Cais do Porto;
28/01 - Dia da Pan-Amazônia: 500 anos de resistência, conquistas e perspectivas afro-indígenas e populares. Este dia será dedicado a levar ao mundo as vozes da Amazônia, através de diversas atividades: testemunhos, conferências, celebrações e mostras culturais;
29 a 31/01 - Demais atividades autogestionadas;
01/02 - Dia das Alianças e Encerramento do FSM 2009, com ações descentralizadas e autogestionadas. Serão apresentados os acordos construídos no decorrer do FSM. Em seguida acontecerá uma celebração geral de encerramento, no Palco GeoSpace – UFRA.
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FONTES: http://www.kizomba.org.br

http://www.fsm2009amazonia.org.br
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quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

6ª Bienal da UNE: Brasil em destaque
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A 6ª Bienal de Cultura da UNE desembarca em Salvador-BA com o tema “Raízes do Brasil: formação e sentido do povo brasileiro”, até o dia 25 de janeiro. Além de trazer renomados nomes da cultura nacional, poderá revelar novos talentos. Dos 1.506 trabalhos inscritos, a Mostra Estudantil apresenta ao público os 138 selecionados (de diversos estados), divididos em seis categorias: Artes Cênicas, Artes Visuais, Ciência e Tecnologia, Música, Cinema e Literatura.
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Esta 6ª edição marca o retorno do evento para Salvador após uma década, já que em 1999 aconteceu na capital baiana a primeira Bienal da UNE, vinte anos após a entidade ter sido colocada na clandestinidade pela ditadura militar. Outro fator marcante deste evento é a importância da cidade-sede em relação ao tema "Raízes do Brasil: formação e sentido do povo brasileiro", que discute a formação do povo brasileiro de um ponto de vista contemporâneo.
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Mais do que um dos motores que fazem girar o movimento das bienais, as mostras estudantis foram decisivas para retomada do trabalho cultural da UNE. Foi a partir delas que a entidade lançou na 3ª Bienal — realizada em 2001 na Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) — o famoso Circuito Universitário de Cultura e Arte (Cuca).
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Uma oportunidade
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Independente do lugar que ocupa no curso da história do trabalho cultural da UNE, as mostras estudantis possibilitam que centenas de estudantes possam, em muitos casos pela primeira vez, divulgar seus trabalhos. Com públicos que costumam superar a marca de 10 mil pessoas, as bienais tornaram-se a grande chance para muitos artistas — antes fadados a apresentar seu trabalho para poucos — de experimentar o gosto da exposição para muitas pessoas.
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De quebra, os trabalhos selecionados da Mostra Estudantil são também publicados. Os artistas responsáveis por estas obras saem do evento podendo não só ouvir, ver e ler sua arte registrada, como também reproduzir a publicação oferecida para divulgar àqueles que desejarem. Outra vantagem diz respeito aos direitos autorais. O que será feito pela UNE, ou por qualquer outra instituição ou pessoa, com o material publicado, é definido pelo próprio artista. Todas as obras devem ser licenciadas em Creative Commons, que se diferencia do Copyright ao disponibilizar opções flexíveis, garantindo a proteção e liberdade para artistas e autores.
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Para além do sabor do grande público e da liberdade de publicação, as bienais ainda oferecem o prazer da diversidade. Como a rede do Movimento Estudantil está presente em todos os estados da federação, não faltam diferentes sotaques, comidas, lendas e miscigenações para apreciarmos durante o evento, incluindo as mostras estudantis. Esta edição do evento conta com a participação não apenas de universitários, mas também de secundaristas e pós-graduandos.
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E tem mais! A oportunidade que as bienais oferecem de revelar artistas não se restringe apenas ao Brasil. Um das novidades desta edição será a 1ª Trienal Latino Americana de Estudantes da Organização Continental Latino-americana e Caribenha de Estudantes (Oclae), que homenageará o célebre brasileiro Darcy Ribeiro.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

12º Coneb da UNE: 17 a 20/01, em Salvador

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A capital da Bahia será o ponto de encontro de jovens de todo o Brasil entre os dias 17 e 20 de janeiro. Eles definirão os rumos do Movimento Estudantil para 2009 durante o “12º Conselho Nacional de Entidades de Base” (Coneb), um dos principais fóruns de deliberação da UNE. Os representantes dos Centros e Diretórios Acadêmicos vão debater, principalmente, questões ligadas à educação, articulação e mobilização estudantil.
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Esta edição do Conselho terá uma novidade: durantes os três dias de debates, plenárias e deliberações, os participantes terão também a oportunidade de discutir ponto a ponto o Anteprojeto de Reforma Universitária da UNE. Sua aprovação é o principal objetivo do evento.
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Para participar como delegado – estudantes com direito a voto na plenária final – é preciso ser indicado como representante de sua entidade, preencher a ata de eleição e enviar os documentos solicitados no regulamento do Coneb. Lembrando que delegados e suplentes pagam uma taxa de R$ 40,00. Para quem vai participar como observador, o valor da inscrição é de R$ 60,00. Em ambos os casos, o pagamento da inscrição assegura direito ao alojamento e a alimentação.
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O Coneb reúne intelectuais e personalidades políticas, que debaterão junto com os estudantes diversos temas, tais como: reforma política; integração da América Latina; políticas públicas de juventude; preservação da Amazônia; papel dos movimentos sociais; democratização dos meios de comunicação; reforma universitária e os rumos do trabalho cultural da UNE.
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FONTE: http://www.une.org.br

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sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

JSB-PB no 11º Coneg e 10º Enet da UBES
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Bertrand Sousa (*)
Zioeliton Maia (**)

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A reta final de 2008 foi intensa para a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES). De 8 a 12 de dezembro aconteceram dois importantes fóruns da entidade: a 11ª edição do Conselho Nacional de Entidades Gerais (Coneg), e o 10º Encontro Nacional de Escolas Técnicas (Enet). O Centro Universitário Metropolitano de São Paulo (Unifig), em Guarulhos-SP (há 18 km da capital paulista), foi a sede dos encontros e também serviu como alojamento para os participantes do Brasil inteiro – integrantes das Uniões Municipais e Estaduais secundaristas.
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Ao contrario do que previa o diretor de Políticas Institucionais da entidade, Thiago Mayworn, este não foi uns dos maiores Conegs da UBES. A expectativa baseava-se numa novidade para esta edição do fórum: a estatuinte, ou seja, durante o evento seriam votadas propostas para alterar o estatuto da UBES (novas regras para o Congresso). Além disso, o encontro tinha como objetivo definir as linhas de atuação da entidade para 2009.
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“Pela proposta aprovada, as eleições de delegados para as etapas estaduais do Congresso da UBES passarão a ser diretas, com urnas em todas as escolas. A etapa nacional crescerá a partir da instituição de um número mínimo e máximo de delegados a serem eleitos. As mudanças também buscam trazer mais equilíbrio entre a população estudantil de cada estado e a organização do Movimento naquele local. Para isso, a nova forma de eleição de delegados estabelece uma ponderação entre o número de matriculados em cada estado e o número de delegados que ele enviou ao congresso anterior”.
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A participação da JSB no Coneg foi significativa, principalmente na mudança do estatuto, apesar da modesta participação de entidades estudantis acompanhando nosso grupo. Mesmo assim, ainda participamos da elaboração da Tese do referido Conselho, através de propostas para o setor educacional e o Movimento Estudantil (ME). A seguir, apresentamos algumas que fizeram parte da nossa pré-tese nacional.
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“A situação da educação no Brasil torna-se agonizante. A crise está instalada e é generalizada. Acreditamos que é necessário investir na formação e capacitação dos estudantes para atuação como sujeitos de direitos; estimular e valorizar suas propostas, através da cidadania ativa, combatendo a repressão e dialogando universalmente; implementar progressivamente as políticas previstas no Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE), Fundeb, reserva de vagas, cotas, entre outras, com intuito de atingir a universalização e o fim do vestibular.
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A UBES deve ser o instrumento de projeção das expectativas dos estudantes secundaristas brasileiros. Cada escola deve ser avaliada como foco de resistência e cada grêmio como instrumento de luta. Devemos aproximar de fato os estudantes do debate em torno das políticas educacionais; desenvolver mecanismos que legitimem o debate proveniente das bases e fazer deste a nossa verdadeira arma contra os abusos e desmandos da política arcaica e desmobilizada das atuais redes deficitárias de ensino; fortalecer as bases e conceder mecanismos eficientes de participação, além de subsídios para o debate em torno das questões nacionais. Uma UBES, ampla, plural e inovadora é possível!”
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Por sua vez, durante o Enet – que não se realizava desde 2005 – debatemos o Ensino Técnico como ferramenta estratégica para o desenvolvimento do País. Esse foi o principal objetivo do Encontro, que também colocou em pauta a estrutura deste tipo de ensino, seu processo de expansão no Brasil, as Instituições Federais de Educação Tecnológica (IFETs), o sistema "S", entre outras questões. Na ocasião, também discutimos qual deve ser o papel do Ensino Técnico em relação a descoberta da Camada Pré-Sal, visto que o Brasil precisa formar profissionais nessa área para garantir a continuidade do desenvolvimento nacional e o controle independente sobre este valioso patrimônio.
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O Presidente da UBES, Ismael Cardoso, afirmou que é preciso radicalizar, tomar as ruas e na Conferência Nacional de Educação apresentar um projeto que contemple todos os itens citados. “No período do governo FHC houve um sucateamento da educação. Hoje nós temos o investimento de 3,7% do PIB em educação, mas precisamos de mais. É necessário que todos entendam que a educação é a principal estratégia para o desenvolvimento do País”, disse.
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(*) Com informações do portal Kizomba.org.br
Secretário de Comunicação da JSB-JP
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(**) Diretor de Políticas Educacionais da UBES,
Integrante da Executiva Estadual da JSB-PB
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segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

A crise do capitalismo e o papel dos socialistas
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Roberto Amaral (*)
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Depois do ‘fim da história’, depois da vitória do neoliberalismo, depois do assassinato do marxismo, a queda do muro do capitalismo. E o escandaloso silêncio das esquerdas brasileiras. Walt Street se corrói (primeiro a eclosão esperada da crise hipotecária nos EUA, depois a bolha especulativa) em mais uma crise cíclica do capitalismo e os analistas de ontem, os pregoeiros do enterro da Esquerda, de novo e como sempre estão nas páginas da direita impressa, no vídeo das TVs, deitando novas regras, muitas delas as velhas regras do keynesianismo que ontem denunciavam como paradigma do arcaico. E a sociedade é empanturrada de receitas e remédios, panacéias e alquimias, cujo único objetivo é salvar o que não tem cura: o capitalismo.
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Outro dia, num telão, um ex-presidente do BC, redivivo personagem da ditadura, dizia que nada havia por corrigir no capitalismo em crise, pois ninguém mais querela voltar ao estatismo. Ora voltar ao estatismo é coisa do governo Bush, do governo inglês, estatizando bancos e a maior seguradora do mundo...
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Seja aqui seja ali, onde a crise larva como rastilho de pólvora, atingindo todo o mundo mas principalmente os emergentes, a receita é única: proteger o sistema financeira, o mais sagrado dos santos adorados no altar do capitalismo. E assim, por toda parte, sob o silêncio de uma esquerda assustada, uma vez e como sempre o dinheiro do povo é canalizado para salvar as dívidas do sistema bancário, salvar com nossas economias as contas dos banqueiros, pegos em meio a criminosa especulação financeira.
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Ninguém fala na economia real, que precisa ser amparada, pois ela, com a redução do crédito, é a principal atingida, agravando o desemprego, a pobreza e a concentração de renda. A Esquerda não fala que essa crise é estrutural e inseparavelmente inerente ao capitalismo, indissociável do modo de produção capitalista.
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No Brasil, em nosso governo, doamos dinheiro aos bancos para que eles comprem outros ativos - quando deveríamos estar fortalecendo os bancos estatais e a economia popular. A grande banca ganha na crise e no ‘tratamento’ da crise. Livra-se das limitações do compulsório, mas se recusa à concessão de crédito aos pequenos e médios empresários, mesmo utilizando recursos do Erário. E em nosso país nos rejubilamos com a concentração bancária, que anula a concorrência, e transferimos os riscos do setor privado ao sistema público. A velha e cediça lei: privatização dos lucros e socialização dos prejuízos.
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Mas até aí, tudo bem; tudo bem porque essa é a norma de nossa história recorrente. Tudo bem, modus in rebus, pois já era nosso direito almejar a um enfrentamento não-ortodoxo, porque ortodoxia neoliberal – que ficou décadas e décadas de mãos livres para fazer tudo que lhes desse na veneta - fracassou, é o defunto mal-cheiroso que a direita impressa se recusa a enterrar. Tudo bem, modus in rebus, porque é inaceitável o silêncio da esquerda brasileira, que não denuncia a farsa e não cumpre com seu dever histórico que é o de denunciar a falência do capitalismo. Esta não é a crise recorrente do neo-liberalismo, é a crise do capitalismo. Este, sim, é o momento de resgatarmos nossas teses, demonstrar a inviabilidade desse sistema inumano, que gera a própria crise para nela procurar a sua alternativa.
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Nós, os socialistas, não somos estatistas, mas esta é a hora de proclamar a necessidade da intervenção do público sobre o privado, da retomada das regulações do capitalismo. Esta é a hora da intervenção do Estado no domínio econômico para gerar o desenvolvimento e combater o desemprego e a pobreza. Esta é a hora de controlar o câmbio, estancar a evasão de divisas. Esta crise não é para ser enfrentada pelo Banco Central, por nenhum BC, mas principalmente pelo BC brasileiro, porque é uma crise estrutural, que não tem remédio e que pede o nosso combate.
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Em 1929, com a grande crise, o Brasil, sob Vargas, soube construir as bases do Estado, organizar o país e estruturar a nação, preparando-a para a industrialização. Que faremos nós, quando temos equacionada nossa dívida externa, possuímos grandes reservas de energia e somos dos maiores produtores mundiais de alimentos e matérias-primas? Ficaremos repetindo a
ladainha dos fracassados?
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O PSB precisa afastar-se da pasmaceira que atinge a esquerda socialista. Esta é a hora de nosso avanço, de retomarmos a denúncia, de promovermos o debate em todos os espaços do movimento social. Estamos sendo chamados pela história para promover uma profunda e didática doutrinação socialista.
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Ao mesmo tempo precisamos levar nosso governo a tomar as posições progressistas que pode adotar para enfrentar a crise: garantia do poder de compra dos salários; reforço do papel do Estado; intervenção nos setores e áreas estratégicas; defesa dos setores produtivos nacionais; promover o crescimento econômico através de investimento do setor público e assegurar a criação de empregos; fortalecimento e expansão do mercado interno; reforço das funções sociais do Estado e proteção das regiões e populações mais carentes.
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(*) Roberto Amaral, vice-presidente nacional do Partido Socialista
Brasileiro (PSB)

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Comunidade JSB-Paraíba
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Acesse e participe dos tópicos e enquetes.
Vamos socializar as informações pelo Orkut também!
http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=5079184
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Políticas Públicas de Juventude (PPJs)
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Rômulo Halysson (*)
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Nos últimos 10 anos, o tema juventude ganhou projeção e complexidade no espaço público brasileiro. Embora a concepção dos jovens como um problema social permaneça forte, um outro movimento está se delineando. Cresce o reconhecimento de que a juventude vai além da adolescência, tanto do ponto de vista etário quanto das questões que a caracterizam e, de que as ações, projetos e políticas a ela dirigidas exigem outras lógicas, além da proteção garantida pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
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Pela ação de ONGs, movimentos sociais, de outros segmentos e, principalmente, dos próprios jovens um amplo processo de afirmação da necessidade de reconhecê-los enquanto sujeitos de direitos vem ganhando força e legitimidade. Nesse contexto o tema da juventude impôs-se na pauta das políticas públicas, mas são muitos os desafios e muitas as concepções que buscam orientá-las. Diversos movimentos juvenis procuram – cada um a sua maneira – contribuir para a inserção das questões da juventude nos espaços públicos onde se negociam direitos e políticas através de diversas estratégias. Dentre as quais, produzir e disseminar conhecimento sobre a juventude, suas expressões, fortalecer os grupos e organizações como forma de promover e difundir o chamado “protagonismo juvenil” e apoiar a criação, o desenvolvimento e avaliação das políticas públicas de juventude pelos poderes constituídos.
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No Governo Lula esta pauta ganhou mais visibilidade com a realização Conferência Nacional de Juventude, proposta pela Câmara dos Deputados, articulada pela Comissão Interministerial do Governo Federal e, que deliberou a criação da Secretária e do Conselho Nacional de Juventude. Tais espaços dinamizaram a interlocução com as múltiplas juventudes do nosso país, como também, reproduziram ações no intuito de fomentar a discussão do tema e reduzir o índice de exclusão da população juvenil do Brasil.
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Atualmente, uma forte mobilização de diversos setores da sociedade como universidades, movimentos sociais e alguns governos municipais e estaduais comprometidos com a causa se aproximam no sentido de travar os diálogos necessários para o fortalecimento dos temas da juventude. Esse momento se apresenta como o instante mais estratégico para firmarmos a idéia dos jovens enquanto sujeitos de direitos.
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Em alguns estados e municípios, programas são desenvolvidos como forma de governos e prefeituras darem sua “parcela de contribuição” para a temática. Tais iniciativas isoladas, na maioria das vezes, acabam não tendo resultados interessantes. O que precisamos compreender, de fato, é a importância das políticas públicas de juventude como políticas de estado e não simplesmente de governos, que em alguns casos usam a tais programas como meras peças de publicidade para esta significativa camada da sociedade. Torna-se necessário a construção de uma rede de ações, sincronizadas desde a menor a maior que tenham resultados eficazes.
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Aqui em nossa cidade iniciativas vem tendo resultados animadores, o projeto "Juventude Fazendo Arte" da Prefeitura de João Pessoa – que leva oficinas de arte e cultura para os Centros de Referência da Juventude – vem tendo diversas vitórias sobre as celeumas sociais que assolam as muitas comunidades atendidas nestes locais. Nos CRJs o aprendizado nas oficinas é somado a rodas de diálogos sobre o universo juvenil e suas complexidades, participação social, protagonismo. Só em 2007 mais de 3.000 jovens passaram por estas oficinas.


Enfim, a concepção que estereotipa o jovem como um problema, um risco para si mesmo e para a sociedade, precisa ser banida do olhar social e, os governos precisam assumir de fato o seu papel, a partir da busca de soluções aos problemas da contemporaneidade, que, efetivamente, assolam a vida da nossa juventude. Ainda há muito a se fazer, mas ninguém consegue correr se não der o primeiro passo, e ouvir a juventude, suas inquietações e possibilidades é o melhor começo.

(*) Secretário Municipal da JSB em João Pessoa
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Juventude participa de convenção do PSB
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Bertrand Sousa (*)
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O Partido Socialista Brasileiro (PSB) realizou no dia 29/06/2008, sua convenção municipal em João Pessoa, para tratar sobre a indicação da chapa majoritária, encabeçada pelo prefeito Ricardo Coutinho. Também ocorreu a oficialização dos candidatos(as) a vereadores da legenda e demais coligações para a disputa proporcional.
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Mais uma vez, a Juventude do Partido Socialista Brasileiro em João Pessoa (JSB-JP), esteve presente em grande número, de forma organizada, participando de todos os momentos da convenção. As vozes dos jovens socialistas ecoaram fortemente no local do evento (Clube Cabo Branco, em Miramar).
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Segundo o presidente municipal da agremiação, Ronaldo Barbosa, o encontro reuniu cerca de 5 mil pessoas, entre socialistas e membros dos 16 partidos aliados, que compõe o Conselho Político, base de sustentação do Governo Ricardo Coutinho.
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A convenção iniciou ao som de trios de forró e exibindo vídeos sobre as principais ações executadas pela administração da Capital do Estado. Em seguida, os filiados do PSB conheceram os candidatos a vereadores da legenda e, por volta das 13h, houve uma entrevista coletiva para a imprensa e o almoço para todos participantes.
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(*) Com informações do blog
http://psbpb.blogspot.com
(**) Bertrand Sousa, Secretário de Comunicação da JSB-JP
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