sexta-feira, 12 de junho de 2009

Como organizar a JSB em seu município?
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Inicialmente, deve-se convocar uma reunião com os jovens filiados ao PSB local, interessados também em criar um núcleo da Juventude Socialista Brasileira (JSB). O passo seguinte é organizar uma Comissão Provisória, com no mínimo 03 (três) integrantes. Logo depois, entre em contato com a Direção do PSB em sua cidade e com a Direção Estadual da JSB; solicite, preencha e entregue um documento registrando a Comissão. Pronto! A partir dai, a JSB passa a existir (em forma de Comissão) em seu município.
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Após esta etapa inicial, a Comissão tem um prazo de 90 (noventa) dias para realizar o "I Congresso Municipal da JSB". Solicite oficialmente a presença das direções do PSB de sua cidade e da JSB Estadual para acompanhar os trabalhos deste Congresso, que deve ter como pautas principais: propostas de atividades para a JSB em sua cidade; eleição da Direção Municipal da JSB, com no mínino 03 (três) componentes: o Secretário Municipal de Juventude, um Secretário Geral e o Secretário de Finanças. Outras secretarias podem ser criadas conforme a realidade de seu município. Exemplo: Esportes, Cultura, Políticas Públicas de Juventude, Movimento Estudantil, entre outras.
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Um evento desta importância deve ser registrado em documento específico (Ata), descrevendo todas as deliberações do Congresso. Em seguida, encaminhe cópias dessa ata oficial para as direções: Municipal do PSB e Estadual da JSB. Solicite um espaço de representação para o segmento jovem junto a Direção do PSB em sua cidade, que será ocupado pelo Secretário Municipal de Juventude, que você e seus companheiros elegeram no "I Congresso Municipal da JSB".
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Depois de todo este processo organizativo surgem novas lutas, a participação permanente nos espaços públicos, a promoção frequente de debates socialistas e outras ações que permitam fazer uma JSB cada vez mais forte e atuante junto à juventude e a sociedade. Uma observação importante: os jovens com menos de 16 anos que queiram participar da JSB, devem solicitar uma ficha especial junto à Direção Municipal do PSB, pedindo autorização ao presidente da legenda.
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Do socialismo utópico ao científico (parte V)
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Friedrich Engels
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Fourier pega a burguesia pela palavra, por seus inflamados profetas de antes e seus interesseiros aduladores de depois da revolução. Expõe, impiedosamente, a miséria material e moral do mundo burguês, e a compara com as fascinantes promessas dos velhos enciclopedistas, com a imagem que eles faziam da sociedade em que a razão reinaria sozinha, de urna civilização que faria felizes todos os homens e de uma ilimitada capacidade humana de perfeição. Desmascara as brilhantes frases dos ideólogos burgueses da época, demonstra como essas frases grandiloquentes correspondem, por toda parte, a mais cruel das realidades e derrama sua sátira mordaz sobre esse ruidoso fracasso da fraseologia.
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Fourier não é apenas um crítico; seu espírito sempre jovial faz dele um satírico, um dos maiores satíricos de todos os tempos. A especulação criminosa desencadeada com o refluxo da onda revolucionária e o espírito mesquinho do comércio francês naqueles anos aparecem pintados em suas obras com traços magistrais e encantadores. Mas é ainda mais magistral nele a crítica das relações entre os sexos e da posição da mulher na sociedade burguesa. É ele o primeiro a proclamar que o grau de emancipação da mulher numa sociedade é o barômetro natural pelo qual se mede a emancipação geral.
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Contudo, onde mais sobressai Fourier é na maneira como concebe a história da sociedade. Fourier divide toda a história anterior em quatro fases ou etapas de desenvolvimento: o selvagismo, a barbárie, o patriarcado e a civilização, esta última fase coincidindo com o que chamamos hoje sociedade burguesa, isto é, com o regime social implantado desde o século XVI, e demonstra que a "ordem civilizada eleva a uma forma complexa, ambígua, equívoca e hipócrita todos aqueles vícios que a barbárie praticava em meio à maior simplicidade".
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Para ele a civilização move-se num "círculo vicioso", num ciclo de contradições, que reproduz constantemente sem poder superá-las, conseguindo sempre precisamente o contrário do que deseja ou alega querer conseguir. E assim nos encontramos, por exemplo, com o fato de que "na civilização, a pobreza brota da própria abundância". Como se vê, Fourier maneja a dialética com a mesma mestria de seu contemporâneo Hegel.
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Diante dos que enchem a boca falando da ilimitada capacidade humana de perfeição, põe em relevo, com igual dialética, que toda fase histórica tem sua vertente ascensional, mas também sua ladeira descendente, e projeta essa concepção sobre o futuro de toda a humanidade. E assim como Kant introduziu na ciência da natureza o desaparecimento futuro da Terra, Fourier introduz em seu estudo da história a idéia do futuro desaparecimento da humanidade.
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Enquanto o vendaval da revolução varria o solo da França, desenvolvia-se na Inglaterra um processo revolucionário, mas tranqüilo, porém nem por isso menos poderoso. O vapor e as máquinas-ferramenta converteram a manufatura na grande indústria moderna, revolucionando com Isso todos os fundamentos da sociedade burguesa. O ritmo vagaroso do desenvolvimento do período da manufatura converteu-se num verdadeiro período de luta e embate da produção. Com uma velocidade cada vez mais acelerada, ia-se dando a divisão da sociedade em grandes capitalistas e proletários que nada possuem e, entre eles, em lugar da antiga classe média tranqüila e estável, uma massa Instável de artesãos e pequenos comerciantes, a parte mais flutuante da população, levava unia existência sem nenhuma segurança.
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O novo modo de produção apenas começava a galgar a vertente ascensional; era ainda o modo de produção normal, regular, o único possível, naquelas circunstâncias. E, no entanto deu origem a toda uma série de graves calamidades sociais: amontoamento, nos bairros mais sórdidos das grandes cidades, de uma população arrancada do seu solo; dissolução de todos os laços tradicionais dos costumes, da submissão patriarcal e da família; prolongação abusiva do trabalho, que sobretudo entre as mulheres e as crianças assumia proporções aterradoras; desmoralização em massa da classe trabalhadora, lançada de súbito a condições de vida totalmente novas - do campo para a cidade, da agricultura para a indústria, de uma situação estável para outra contentemente variável e insegura.
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(continua...)
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