quinta-feira, 29 de outubro de 2009

38º CONUBES: etapas estaduais no fim de semana
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As etapas iniciais mobilizaram mais de 1,2 milhões de estudantes através de eleições diretas nas escolas. Neste sábado e domingo, dias 31/10 e 01/11 respectivamente, secundaristas de 11 estados da federação vão eleger seus representantes para a Etapa Nacional do 38º Congresso Nacional da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (CONUBES), que será realizado na UFMG, em Belo Horizonte. As 11 Etapas Estaduais acontecem nos seguintes estados: Amapá, Amazonas, Acre, Tocantins, Rondônia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Santa Catarina, Sergipe, Maranhão e Paraíba.
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A partir deste 38º Congresso, as votações para a Etapa Nacional são feitas em urna e através de chapas. Escolas com até 1.000 estudantes matriculados elegerão 1 delegado. Passando de 1.000 alunos será eleito 1 delegado a cada 500 matriculados e mais 1 delegado para qualquer fração subseqüente. Exemplo: a) Escola de 0001 a 1000 – 01 Delegado; b) Escola de 1001 a 1500 – 02 Delegados; c) Escola de 1501 a 2000 – 03 Delegados.
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A UBES faz questão ressaltar que o processo eleitoral é extremamente democrático e amplo, organizado de forma a conduzir o maior Congresso da história da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas. As 11 etapas estaduais já mobilizaram mais de 1,2 milhões de estudantes através de eleições diretas nas escolas, garantindo grande participação dos secundaristas. Nos outros estados as etapas devem ocorrer em novembro.
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Segundo Osvaldo Lemos, coordenador da Comissão Nacional de Eleição, Credenciamento e Organização (CNECO), “a vasta participação dos estudantes através dos grêmios ou comissões é muito positiva. A construção das 11 primeiras etapas demonstra o quanto o 38º CONUBES está politizado e organizado, retomando e fortalecendo a rede do movimento estudantil no Brasil”.
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A Etapa Final do 38º Congresso da UBES acontecerá na capital mineira entre 10 e 13 de dezembro. Estão previstos no evento muitos debates sobre temas cruciais para o movimento estudantil, como a aplicação dos recursos do Pré-Sal na Educação, o atual formato do vestibular, entre outros pontos que circundam o universo do estudante secundarista e dos cidadãos brasileiros. “O 38º CONUBES é um momento muito rico para a entidade, em que estamos debatendo os rumos do movimento estudantil. Na Etapa Nacional serão discutidas as lutas por mudanças na educação, com foco na construção de um Brasil desenvolvido e soberano”, afirma Ismael Cardoso, atual presidente da UBES.
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FONTE: http://www.ubes.org.br
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Assembléia popular: a formação política
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Roberta Traspadini (*)
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O modo de produção capitalista é, para a classe que vive do trabalho, gerador permanente de múltiplas crises civilizatórias. Uma delas se manifesta na forma como o capital encara a educação formal como única e legítima formação técnica-política-profissional dos sujeitos que devem ser incluídos como força de trabalho no setor produtivo nas mãos da burguesia.
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Para o capital, formar é igual a formatar. Formatar é especializar sem tomar em conta a totalidade e o sentir próprio de quem deseja aprender algo. Especializar é tornar o específico, célula do pensar individual, sem chances do educando ver-se como sujeito no processo de produção do conhecimento. Essa forma de educação bancária explicita o conteúdo de classe por trás da ação: o de fechar, em vez de abrir, os horizontes de sentido dos sujeitos sociais, enquanto protagonistas da vida.
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Em momentos de expansão, o capital se propagandeia como mais includente e oculta sua real faceta destrutiva: exploração intensiva do trabalho. Em momentos de crise, aquilo que estava oculto se revela. A exclusão e exploração saltam aos olhos e tomam sua real dimensão: o fruto de uma sociedade sustentada sobre as bases de um interesse privado particular: o capital. Nos dois momentos, os trabalhadores se dão conta de sua situação marginada. Mas é no segundo, no da crise, que têm a porta aberta para a tomada de consciência sobre o modelo de desenvolvimento burguês e suas limitações, quanto ao seu pretenso papel histórico de classe dominante onipotente.
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Com a crise, a classe que vive do trabalho começa a se dar conta que quanto mais sem dinheiro fica,tanto mais todos os bens, em especial os de consumo básico, ficam abem acima de seu já precário poder aquisitivo. Essa histórica falta de dinheiro, somada ao aumento das dívidas, pode culminar em necessidades que se resolvem, superficialmente, via assistencialismo, ou podem suscitar um outro processo em que a mudança do modelo vá pouco a pouco assumindo um papel importante na história destes sujeitos.
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Esse dar-se conta por parte dos trabalhadores, ocorre através de vários mecanismos. Ora porque na crise perde o pouco que tem; ora porque vive o temor da perda, próprio de sua vulnerabilidade como sujeito subordinado a ordem do capital; ora porque se encontra com movimentos sociais e políticos que, com base em temas e demandas específicos, começam a chamar a atenção para todas as privações vividas pela classe trabalhadora, ao serem sujeitadas pelo capital.
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(*) Economista e educadora popular.
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FONTE: Lista JSB Unificada
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Movimento estudantil e partidarismo
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Hoje para muitos jovens o espaço da política estudantil é um lugar de dúvida e até mesmo descrédito. Na rebarba da desvalorização das instituições, as entidades estudantis também são questionadas. Estudioso do movimento estudantil, Otávio Luiz Machado questiona em seus artigos a relação intrincada das entidades com partidos políticos esquerdistas, dificultando uma posição mais autônoma e crítica dos movimentos, que não conseguem se distanciar dos govenos
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A UNE, por exemplo, vem se envolvendo com atividades de mobilização e participação política, como a campanha "Mudar a Política para Mudar o Brasil", onde é proposta a reforma política de caráter democratizante no país. Outra iniciativa é a Caravana UNE: Saúde, Educação e Cultura, que percorrerá 41 instituições das 27 unidades da Federação, discutindo temas que relacionam saúde e comportamento juvenil como álcool e violência no trânsito, descriminalização das drogas, legalização do aborto, DSTs (com realização de testes rápidos de HIV), além das discussões do chamado Projeto Brasil, no qual se agregam o SUS, o sistema político, políticas educacionais.
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Para Fabrício Lopes, representante da UBES no Conjuve, a militância estudantil marca o início da militância política de muitos jovens. “Através do ambiente escolar iniciamos muitas das habilidades que vamos desenvolver no nosso futuro. Fazer política não está ligado intimamente a fazer a política escolar, ela vai além, alunos que buscam um habitat saudável, ou mesmo cobram o efetivo aprendizado do currículo escolar já demonstram que têm habilidades políticas e que pode começar desde já a construir suas idéias também para a sociedade”.
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O conselheiro de juventude não acha que as instituições políticas do país não vivem um descrédito, mas sim falta de informação. “A política de entretenimento, versus, conhecimento vêm ao longo dos últimos anos assolando a nossa sociedade. Liga se a televisão e parece que tudo está distante, ou então que nada passa perto de nossas casas. Por vezes ter noção da realidade e lutar para transformá-la é doloroso. Noticias chocam, mas parece que é só trocar de canal e não choca mais. É necessário criar uma cultura de busca do conhecimento, hoje quem detém informação está mais preparado para o futuro. A escola precisa ser o estopim desta política e os jovens os agentes de direito da transformação. É possível acreditar ainda” conclui.
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Segundo Fabrício, “o movimento estudantil hoje transcendeu barreiras, o fato de entender o estudante como protagonista social contribuiu significativamente para que a luta ampliasse. Existem retrógrados que teimam em dizer que o ME enfraqueceu, pelo contrário, hoje ele tem mais frentes de atuação, passa pela política pública de juventude, movimento pela sustentabilidade ambiental, luta por condições de entrada no mercado de trabalho, entre outras”.
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FONTE: http://www.jap.org.br
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Do socialismo utópico ao científico (parte VI)
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Friedrich Engels
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Enquanto o vendaval da revolução varria o solo da França, desenvolvia-se na Inglaterra um processo revolucionário, mas tranqüilo, porém nem por isso menos poderoso. O vapor e as máquinas-ferramenta converteram a manufatura na grande indústria moderna, revolucionando com Isso todos os fundamentos da sociedade burguesa. O ritmo vagaroso do desenvolvimento do período da manufatura converteu-se num verdadeiro período de luta e embate da produção.
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Com uma velocidade cada vez mais acelerada, ia-se dando a divisão da sociedade em grandes capitalistas e proletários que nada possuem e, entre eles, em lugar da antiga classe média tranqüila e estável, uma massa Instável de artesãos e pequenos comerciantes, a parte mais flutuante da população, levava unia existência sem nenhuma segurança. O novo modo de produção apenas começava a galgar a vertente ascensional; era ainda o modo de produção normal, regular, o único possível, naquelas circunstâncias.
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E, no entanto, deu origem a toda uma série de graves calamidades sociais: amontoamento, nos bairros mais sórdidos das grandes cidades, de uma população arrancada do seu solo; dissolução de todos os laços tradicionais dos costumes, da submissão patriarcal e da família; prolongação abusiva do trabalho, que, sobretudo, entre as mulheres e as crianças assumia proporções aterradoras; desmoralização em massa da classe trabalhadora, lançada de súbito a condições de vida totalmente novas - do campo para a cidade, da agricultura para a indústria, de uma situação estável para outra contentemente variável e insegura.
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Em tais circunstâncias, ergue-se como reformador um fabricante de 29 anos, um homem cuja pureza quase infantil tocava às raias do sublime e que era, ao lado disso, um condutor de homens como poucos. Roberto Owen assimilara os ensinamentos dos filósofos materialistas do século XVIII, segundo os quais o caráter do homem é, de um lado, produto de sua organização Inata e, de outro, fruto das circunstâncias que envolvem o homem durante sua vida, sobretudo durante o período de seu desenvolvimento.
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A maioria dos homens de sua classe não via na Revolução Industrial senão caos e confusão, uma ocasião propícia para pescar no rio revolto e enriquecer depressa. Owen, porém, viu nela o terreno adequado para pôr em prática a sua tese favorita, Introduzindo ordem no caos. Já em Manchester, dirigindo uma fábrica de mais de 500 operários, tentara, não sem êxito, aplicar praticamente a sua teoria. De 1800 a 1829 orientou no mesmo sentido, embora com maior liberdade de iniciativa e com um êxito que lhe valeu fama na Europa, a grande fábrica de fios de algodão de New Lanark, na Escócia, da qual era sócio e gerente.
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Uma população operária que foi crescendo paulatinamente até 2 500 almas, recrutada a principio entre os elementos mais heterogêneos, a maioria dos quais muito desmoralizados, converteu-se em suas mãos numa colônia-modelo, na qual não se conheciam a embriaguez, a policia, os juízes de paz, os processos, os asilos para pobres nem a beneficência pública Para Isso bastou, tão somente, colocar seus operários em condições mais humanas de vida, consagrando um cuidado especial à educação da prole.
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Owen foi o criador dos jardins-de-infância, que funcionaram pela primeira vez em New Lanark. As crianças eram enviadas às escolas desde os dois anos, e nelas se sentiam tão bem que só com dificuldade eram levadas para casa. Enquanto nas fábricas de seus concorrentes os operários trabalhavam treze e quatorze horas diárias, em New Lanark a jornada de trabalho era de dez horas e meia. Quando uma crise algodoeira obrigou o fechamento da fábrica por quatro meses, os operários de New Lanark, que ficaram sem trabalho, continuaram recebendo suas diárias Integrais. E contudo a empresa incrementara ao dobro o seu valor e rendeu a seus proprietários, até o último dia, enormes lucros.
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(continua...)
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