segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Histórico do Partido Socialista Brasileiro
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3. Miguel Arraes no PSB (1997 / 2005)
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Em 1997 a Fundação João Mangabeira promove seminário sobre as administrações municipais socialistas. Além de haver a troca de experiências para melhor governar, os socialistas passam a ter um perfil comum de administração. Sendo o ano de comemoração dos 50 anos do PSB, em novembro, ele vai discutir em seu VI Congresso Nacional, em Brasília a construção de um grande partido nacional e popular através de um projeto de inclusão social que preserve a soberania, fortaleça a federação, consolide e unifique os movimentos populares e dê solução às desigualdades sociais regionais. Como você pode ver, os Congressos Nacionais do PSB não são apenas para a escolha de seus dirigentes, mas um espaço de amplo debate dos problemas nacionais e as possibilidades de superá-los no caminho do socialismo democrático.
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Em 1998, Roberto Amaral, desenvolve de forma participativa, o Programa de Governo do PSB. É uma combinação dos princípios e experiências do PSB para orientar o exercício do poder em sociedades capitalistas favorecendo os caminhos para o socialismo. A Fundação João Mangabeira vai promover em Brasília Curso de Capacitação de Instrutores em Formação Política. Os 38 militantes de 18 estados vão preparar-se para multiplicar a formação política em suas regiões. Nas eleições presidenciais, o PSB integra novamente a aliança de Esquerda de apoio a Lula. Logo após o segundo turno Arraes apresenta um texto de grande profundidade: As eleições de 1998 e o golpe de 1964 mostrando que os objetivos do grande capital internacional e nacional impostos em 1964 cada vez mais se realizam. A única forma de enfrentar o desafio é desenvolver amplo movimento popular.
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Em 1999, além de realizar diversos seminários, debates e publicações o PSB realiza seu VII Congresso Nacional em Novembro, em Brasília. Antônio Houaiss, primeiro presidente do PSB refundado, falecido há pouco, será homenageado. Em 2001 o PSB decide ter candidato próprio à presidência. A idéia é oferecer ao eleitorado outra opção além de Lula para buscar a mudança. No 2º turno as esquerdas apoiariam o mais votado dentre seus candidatos. Quais devem ser os eixos do Programa? A sugestão de Arraes é aprovada por unanimidade do Diretório Nacional. São eles: 1) Inserção, sem submissão aos EUA, no mundo global. Mercosul como ponto de partida; 2) Auditoria da dívida pública, interna e externa. Há investimentos sociais urgentes; 3) Revisão das privatizações feitas pelo governo federal; 4) Restabelecimento da federação; 5) Fortalecimento do Estado como agente de desenvolvimento para reduzir disparidades regionais.
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O VIII Congresso Nacional do PSB, realizado em novembro de 2001, em Brasília, confirma a decisão pela candidatura própria à presidência da República. Em 2002 esta decisão será levada à prática. Garotinho, governador do Rio de Janeiro, que saiu do PDT e se filiou ao PSB, será candidato a Presidente da República e o Deputado federal do PSB do Maranhão, José Antônio Almeida, será candidato a vice. Os compromissos básicos serão: com a soberania – autonomia decisória; com a solidariedade – nação de cidadãos; com o desenvolvimento – projeto coerente; com a sustentabilidade; com a democracia ampliada. A candidatura obteve mais de 15 milhões de votos, mas ficou em terceiro lugar. No segundo turno o PSB apoiou Lula. Os resultados para a Câmara Federal, com 22 eleitos foram decisivos para vencer a cláusula de barreira.
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Em 2003 o PSB tem novas responsabilidades. Roberto Amaral assume o Ministério de Ciência e Tecnologia. Será sucedido em 2004 pelo deputado federal por Pernambuco, Eduardo Campos. Em 2006, Sérgio Resende, também do PSB, assume o cargo. A política teve continuidade, sendo situada em 4 eixos: inclusão social, com redução das desigualdades regionais; desenvolvimento econômico agregando inovações; ampliação da formação de pesquisadores em áreas estratégicas; intensificação da cooperação internacional com afirmação da soberania nacional.
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A atuação do partido no Congresso foi de apoio ao governo Lula mas mantendo fidelidade ao seu programa. Na reforma da previdência a bancada não aceitou o pacote enviado pelo governo.Defendeu previdência complementar pública e não privada. Na reforma tributária apresentou emendas: taxação da especulação financeira com a taxa Tobin, desoneração na área produtiva e nas folhas de pagamento.
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Em 2004 o PSB cresce nas eleições municipais. Dos 133 prefeitos eleitos em 2000, passa agora para 176. É o nono partido mais votado. Em 2005 o PSB e o Brasil vão perder Miguel Arraes. No dia 13 de agosto o presidente do Partido faleceu. O IX Congresso do PSB realizou-se poucos dias depois, sob a presidência de Roberto Amaral que salientou o compromisso, individual e coletivo com a continuidade da obra de Arraes.
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Na Declaração Política define: só a construção da justiça social poderá gerar a verdadeira estabilidade; como todo o povo o PSB sofre com a erosão da esperança e dilapidação do patrimônio ético-político; o PSB reafirma a governabilidade e busca cabal apuração de toda e qualquer irregularidade ou desvio de conduta no poder público; o PSB defende política econômica soberana e reforma política profunda.
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FONTE: http://www.psbnacional.org.br
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