sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Prefeito Luciano Agra discute novas parcerias


O prefeito de João Pessoa, Luciano Agra (PSB), reuniu-se no dia 15/02 com representantes no Brasil do Banco de Desenvolvimento da América Latina, antes chamado de Cooperativa Andina de Fomento (CAF), uma instituição financeira que incentiva o desenvolvimento sustentável e a integração entre os países da região. A reunião foi para discutir futuras cooperações entre as partes e aconteceu no gabinete do Centro Administrativo do Município (CAM), em Água Fria. Participaram da reunião a diretora da CAF, Moira Paz Estenssoro, do executivo José Rafael Neto, e também do secretário de Finanças de João Pessoa, Aldo Prestes.
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Durante o encontro, o prefeito Luciano Agra conheceu mais detalhes sobre a cooperativa e suas linhas de atuação em projetos que, em sua maioria, são em benefício das comunidades mais carentes na América Latina. "A prefeitura de João Pessoa enxerga com muito otimismo esse primeiro contato com a CAF. Mesmo com o nosso equilíbrio econômico-financeiro, ainda temos pouco acesso a fontes de financiamento para projetos sociais", disse ele.
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Projetos sociais – Luciano Agra também citou algumas iniciativas que já vêm sendo realizadas pela Prefeitura Municipal de João Pessoa (PMJP) que buscam melhorar a qualidade de vida dos pessoenses e, principalmente, os projetos futuros para a área de meio ambiente e transportes públicos. "Atualmente estamos com 100 obras físicas sendo executadas em toda a cidade. Queremos agora dar andamento aos projetos de intervenção no sistema de transporte público e na implantação do sistema municipal de unidades de conservação e parques; este último também nas áreas periféricas", destacou.
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A representante da CAF no Brasil garantiu que a instituição tem grande interesse em atuar com apoio em alguns desses projetos. Uma nova reunião deverá ser marcada para discutirem mais detalhes sobre uma possível cooperação futura. "Esperamos poder estabelecer uma parceria com o governo municipal de João Pessoa, e vamos apoiar os projetos que estiveram ao nosso alcance", disse Moira Paz.
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A CAF é formada por 18 países da América Latina, Caribe e Europa e conta com 14 bancos privados. A Cooperativa, criada em 1970, tem como maior fonte de recursos os mercados de capitais internacionais. A sede da instituição funciona em Caracas, na Bolívia, e ainda há escritórios em vários países, como: Brasil, Argentina, Uruguai, Colômbia, Equador, Peru, Panamá.
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FONTE: http://psbpb.blogspot.com
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Tendências da revolução na base técnico-científica


Marcio Pochmann (*)

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Tal como nas duas revoluções tecnológicas anteriores, o desenrolar de uma profunda mudança na base técnico-científica, neste início do século 21, gera tendências, que acentuam ainda mais rapidamente a natureza desigual e combinada do desenvolvimento nas economias capitalistas. Na segunda metade do século 18, o curso da revolução tecnológica, concentrada fundamentalmente na Inglaterra, foi acompanhado pelo surgimento de novos setores de atividade, que inovaram e ampliaram o conjunto do setor produtivo.
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Por meio de uma nova fonte de energia decorrente da descoberta do motor a vapor, o transporte e a logística ganharam impulsos inéditos. Com a indústria das ferrovias, o transporte terrestre de cargas e de pessoas evoluiu modernizando e ampliando o valor agregado do sistema econômico como um todo, especialmente para os poucos países que naquele período conseguiram se industrializar. Em síntese, o nascimento de novos setores durante a primeira revolução tecnológica foi responsável pela ampliação da competição inter e intra-setores da economia.
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Da mesma forma, a evolução da segunda revolução tecnológica no último terço do século 19 trouxe, por consequência, a explosão de novos setores econômicos, que se aliaram e modernizaram o conjunto das atividades produtivas. Naquela época, o surgimento dos setores de energia elétrica, petróleo, motor a combustão, telefonia, entre tantos outros, transformaram e tornaram bem mais complexas as estruturas produtivas, sobretudo dos países que se industrializavam ou já contavam com sua indústria avançada.
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Todavia, o aparecimento de grandes empresas – capazes de suportar os investimentos da revolução tecnológica e, especialmente, o tamanho das escalas de produção – terminou por alterar a competição dita perfeita, que até então se realizava por meio das forças de mercado (milhares de ofertantes e demandantes que competiam, sem que nenhum tivesse capacidade de estabelecer o preço final). A concorrência se manteve, porém, cada vez mais imperfeita, uma vez que o preço final passou a depender cada vez mais do grau de monopólio da empresa (estabelecimento de uma margem de lucro sobre o custo total de produção), tendo em conta a organização de estruturas de mercado em oligopólios e monopólio.
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Em função das crescentes falhas no funcionamento das forças de mercado e da maior manifestação de crises, a presença do Estado assumiu papel estratégico. A regulação pública das atividades econômicas se mostrou eficiente e pertinente em todas as sociedades capitalistas, que se transformavam em urbano-industriais ao longo do século 20. Mas desde a virada para o novo século 21, houve embutida a força de uma nova revolução na base técnico-científica das economias modernas, motivada pela maior pujança dos setores terciários no interior da estrutura produtiva. Ou seja, a transmutação dos setores eletroeletrônicos em novas tecnologias de informação e comunicação (TICs), da forte evolução da nanotecnologia e do aparecimento de novos materiais, principalmente.
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Na realidade, a evolução desta nova revolução tecnológica não se traduz – até o momento – no aparecimento de novos setores econômicos, que modernizem e ampliem o conjunto das atividades produtivas como nas revoluções anteriores. De um lado, a expansão das TICs não consagra um novo complexo produtivo, mas, sim, o seu infiltramento engajado em setores econômicos já existentes. Isso ocorre muito rapidamente e é conduzido por poucas e grandes empresas, que embora possam ter nascido pequenas, crescem ligeira e praticamente sem competição. O resultado disso tem sido a brutal concentração da renda, riqueza e propriedade, motivada por uma revolução tecnológica assentada na hipermonopolização do capital. E porque não dizer do poder privado.
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De outro lado, a proliferação das cadeias de produção, integradas globalmente por parte das grandes corporações transnacionais, permite cada vez mais a produção centrada fundamentalmente sobre custos mais eficientes, verificados em distintas realidades do mundo. Com isso, o comércio externo cresce ligeiramente, porém, cada vez menos realizado entre países e mais centrado no conjunto de trocas intraempresas transnacionais. São elas que lideram e conduzem os rumos do comércio internacional. O reconhecimento a respeito das novidades mais concentradas de funcionamento do capitalismo neste início de século leva à identificação de duas tendências da revolução técnico-científica atual.
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Inicialmente, o predomínio do ambiente de crise contínuo nas economias, recorrentemente associado à crescente presença do Estado a serviços das grandes corporações. Exemplo disso foi o tipo de intervenção estatal observada na crise global de 2008 quando, por meio do uso do fundo público, foi possível transferir parcelas significativas de recursos para a salvação de grandes empresas do colapso. Essa associação entre o fundo público e as finanças do setor privado, sobretudo das grandes corporações transnacionais, revela a força do processo de hipermonopolização do capital. Recursos que anteriormente eram escassos para as áreas de educação, saúde, saneamento, trabalho, entre outras, apareceram abundantemente, para solver do prejuízo grandes bancos e empresas não financeiras.
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Convém também ressaltar o aparecimento, posteriormente, de sinais que afirmam o estabelecimento de uma classe burguesa de dimensão mundial, a partir da dissolução das fronteiras nacionais, motivada pelo avanço da revolução tecnológica, produtiva e comercial. Poucas e grandes empresas dominam cada vez mais os setores econômicos e já respondem por quase a metade do Produto Interno Bruto mundial.
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No Brasil, o segmento de telefonia móvel, por exemplo, que faz parte do setor de tecnologia de informação e comunicação, tem em apenas 15 dos mais de 5 mil municípios do país a presença de mais de uma empresa em regime de competição. Ou seja, em mias de 99% dos municípios brasileiros predomina o monopólio na oferta dos serviços de telefonia móvel. Em grande medida, essa realidade sustenta serviços de baixa qualidade, aliados à exclusão social, sobretudo aos segmentos de menor renda e mais distantes geograficamente dos centros metropolitanos do país. A ausência de competição expressa os problemas do modelo de privatização escolhido pelo Brasil, indicando o simples deslocamento do antigo monopólio público (empresa estatal) para, cada vez mais, o monopólio privado.
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Na trajetória apresentada até o momento, a confrontação e a rebeldia deixarão de ocorrer, na medida em que o Estado tenha capacidade de interferir positivamente em função do fortalecimento dos setores produtivos e da redução da exclusão social, que marca o avanço da revolução técnico-científica. O Brasil tem condições objetivas de atuar positivamente no enfrentamento das tendências da nova revolução tecnológica, mantendo seu desenvolvimento.
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(*) Presidente do IPEA e colunista da Revista Fórum.
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FONTE: http://www.revistaforum.com.br
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Pimpolho e o seu vício


Ubiratan Pereira (*)
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Já faz algum tempo que leio, reflito e me aprofundo em temas relativos à adolescência, juventude, violência urbana e políticas públicas direcionadas a este segmento da população que historicamente foi subjugado, marginalizado e excluído da ação governamental. Hoje no mundo temos a maior geração de jovens de todos os tempos. Na América Latina, 53% da população tem menos de 25 anos de idade. No Brasil, os jovens de 15 a 29 anos representam 40% da população economicamente ativa.
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Durante muito tempo o enfoque na tutela, o olhar repressor do Estado, e a ausência de uma política estruturante, compartilhada e protagonista de/para e com as juventudes inexistiu no Brasil. Este cenário sofre modificações graduais e hoje temos vários avanços a comemorar… Para não me estender muito, cito o Conselho Nacional de Juventude, a Secretaria Nacional de Juventude, vinculada à Secretaria Geral da Presidência da República, e, mais recentemente, a PEC da Juventude, incorporando o marco legal da juventude na Constituição Brasileira.
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Mas, nada é tão significativo e marcante, do que o cotidiano e a nua e crua realidade urbana. Participei da implementação do ProJovem em João Pessoa no ano de 2005. Apesar da aposta no Programa e dos princípios sempre defendidos pelos movimentos e organizações de juventude, só tive noção da repercussão das ações quando ouvi nos depoimentos dos alunos(as) a transformação que uma oportunidade gera em cada história de vida. Marcou para sempre a escuta que fiz de pessoas que estavam entregues ao próprio azar, imersos na violência urbana, consumidos pela dependência e submetidos a mais completa falta de oportunidades. Por menor que seja, um aceno para quem pede socorro, significa bem mais que uma esperança.
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Fiz toda esta extensa introdução para falar de Pimpolho, garoto de 12 anos, residente em uma comunidade carente de João Pessoa e aluno da "Inclusão Radical", projeto da Prefeitura Municipal de João Pessoa (PMJP) voltado para o incentivo à prática do skate. Vítima da vulnerabilidade social e da violência urbana, perdeu o irmão recentemente quando este tentava roubar um cidadão em um dos bairros nobres da nossa cidade. A fatalidade fez com que o irmão de Pimpolho passasse por uma rápida inversão de papéis, passando a ser vítima fatal da cena que ele próprio criara.
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O crime de quem estava cometendo o crime poderia ter sido somente mais uma notícia corriqueira, um dado a mais na estatística da violência na PB, não fosse o depoimento de Pimpolho sobre o irmão, que segundo ele “estava fazendo coisa errada”. De forma lúcida e desprendida, o garoto fala em um vídeo de “homenagem” ao irmão que achou triste o acontecido porque “ele era um cara normal, tava trabalhando, mas chamaram pra fazer coisa errada…”
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Impressiona a centralidade que a "Inclusão Radical" ocupa na vida de Pimpolho. O que aparentemente seria apenas uma prática desportiva, ou menos que isso, um passatempo, um hobby, passa a ser estruturante para a sua vida, mesmo que em perspectiva. Não causaria surpresa se no mesmo vídeo, Pimpolho aparecesse como um criminoso em potencial, ou mesmo um potencial criminoso em vias de se vingar da morte do irmão. O fim da história, ou o começo dela é diferente… “Enquanto os outros se viciam em fazer coisa errada, a gente se vicia é no skate…” A quem interessar possa, o vídeo postado no Youtube: http://www.youtube.com/watch?v=t58boNzi1E4
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(*) Vereador em João Pessoa pelo PSB.
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FONTE: http://www.paraibanews.com
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sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Governo do Estado inicia discussão sobre o PPA

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O Governo do Estado já deu início ao processo de discussão para elaboração do Plano Plurianual (PPA), que vai fixar as metas e definir a alocação dos recursos necessários à implementação de políticas públicas voltadas para o desenvolvimento paraibano durante o período 2012/2015. Todo o processo será definido com a participação de todos os segmentos organizados da sociedade, segundo afirmou o secretário de Estado do Planejamento e Gestão, Gustavo Nogueira, após reunião realizada recentemente com representantes do Instituto de Desenvolvimento Municipal e Estadual (Ideme) e do Instituto de Pesquisas Econômicas e Aplicadas (Ipea).
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Com previsão de ser encaminhado em setembro para apreciação e votação por parte da Assembleia Legislativa do Estado, o PPA 2012/2015 será construído a partir de discussões prévias realizadas nas 14 regiões geoadministrativas da Paraíba, com garantia de representatividade para os 223 municípios do Estado. A reunião, que também teve a participação de técnicos da Seplag, se constituiu num encontro preparatório do plano de trabalho que será o grande norteador das discussões que serão efetivamente iniciadas já no final de fevereiro ou início de março, conforme previu o secretário Nogueira.
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Ele informou que o Governo pretende construir um diagnóstico preciso da realidade paraibana; buscar as identidades econômicas, culturais e sociais através das 14 regiões geoadministrativas da Paraíba, e definir os eixos de desenvolvimento para o Estado através de um processo de discussão coletiva com a participação da sociedade civil, dos segmentos empresariais, das unidades de base, dos segmentos religiosos e políticos. “Nós vamos buscar identificar as visões dessas regiões geoadministrativas e definir uma carteira de ações e projetos prioritários para o desenvolvimento com crescimento econômico, inclusão social e preservação do meio ambiente”, ressaltou.
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Segundo enfatizou, a participação de todos os segmentos da sociedade paraibana nesse processo é uma determinação pessoal do governador Ricardo Coutinho. O objetivo, conforme salientou, é tornar a sociedade civil organizada protagonista do processo de planejamento do Estado e ela só será protagonista se tiver assento, participação, se puder opinar, criticar e definir, juntamente com o Governo, quais são os melhores investimentos e as melhores políticas públicas que devem ser implementadas no Estado. Para viabilizar a participação de toda a sociedade paraibana na feitura do PPA, o Governo vai promover oficinas nas 14 regiões geoadministrativas do Estado com a participação de prefeitos, vereadores, empresários, religiosos e representantes de associações comunitárias e de ONG’s.
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“Toda a sociedade presente poderá participar nessa construção que estamos fazendo como forma de identificar quais são as verdadeiras necessidades de cada uma dessas regiões, sem perder de vista, obviamente, o encadeamento de todas as ações e projetos. Ou seja, a região geoadministrativa não pode ser entendida como uma região ilhada, desconexa de todo o território paraibano. Deverá haver um alinhamento do desenvolvimento nessas questões, ainda que buscando as vocações, as identidades sociais, culturais e econômicas de cada uma dessas regiões, mas alinhadas com o desenvolvimento do próprio Estado e da região”, opinou o secretário.
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Desafio – Um dos grandes desafios do Governo no processo de abertura da participação popular para a feitura do PPA 2012/2015 será a construção do consenso em torno das ações que melhor beneficiarão o conjunto da sociedade paraibana. Por exemplo, se cada uma das 14 regiões geoadministrativas gerar cinco projetos para cada um dos 223 municípios paraibanos, haverá na mesa de definições de prioridades um total de 1.115 propostas. Um volume extremamente significativo, segundo avaliou o secretário Gustavo Nogueira, acrescentando que o maior desafio estará relacionado à definição das prioridades. “A sociedade tem que ter essa capacidade de priorizar, até porque os investimentos são parcos, os recursos não são abertos. Nós temos limitações do ponto de vista orçamentário e financeiro também”, ressaltou.
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FONTE: http://paraiba.pb.gov.br
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Vem aí a 2ª Conferência Nacional de Juventude

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Gabriel Medina (*)
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O ano de 2011 inaugura um novo ciclo político no Brasil. As eleições de 2010 renovaram a composição do Congresso Nacional, (re) elegeram novos/as Governadores/as e conduziu Dilma Roussef como a primeira Presidenta da República do Brasil. A Presidenta Dilma assumiu o compromisso de avançar o projeto político iniciado por Lula. Porém, temos consciência de que as mudanças e o aprofundamento das transformações sociais e políticas no Brasil dependem da capacidade de organização e da pressão do movimento social.
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O desafio da juventude se torna muito grande nesse contexto. Vivenciamos uma série de conquistas com a construção da Política Nacional de Juventude (Lei 11.129/2005), com a criação da Secretaria Nacional de Juventude, do Conselho Nacional de Juventude, da execução do PROJOVEM e de políticas universais em várias áreas. No entanto, é preciso afirmar que as pautas da juventude ficaram fora do debate eleitoral e, ao que parece, é um tema periférico neste início de Governo. Muito se fez com Lula e, mesmo assim, estamos muito distante das expectativas dos/as jovens brasileiros/as.
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Nos últimos anos, muitos foram os avanços no tema com a criação de conselhos e órgãos de gestão em inúmeros municípios e Estados brasileiros; com a aprovação da Emenda Constitucional 65 que introduziu a terminologia “Juventude” na Constituição Federal; com a realização de três edições do Encontro Nacional de Conselhos e; com a organização do Pacto da Juventude subscrito por inúmeros candidatos em todo o Brasil.
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O ano de 2010 foi marcado pela maior população jovem de nossa história: 51 milhões. Nas próximas três décadas o Brasil viverá o chamado bônus demográfico, período que teremos uma população economicamente ativa maior do que a dependente, que atingirá seu pico no ano de 2022. Esta, sem dúvida, é uma das maiores oportunidades já vividas pelo país, somada ao bom momento político e econômico do Brasil com aumento dos empregos formais, diminuição da desigualdade social e a possibilidade de consolidação do processo democrático. Por isso, o Brasil está diante de uma oportunidade única e o lugar que assumirá a juventude neste processo é uma questão central para projetar uma sociedade justa, desenvolvida e que assegure qualidade de vida aos seus cidadãos. Portanto, a realização da 2ª Conferência Nacional de Juventude, convocada por Decreto Presidencial no dia 12 de Agosto de 2010, com previsão de realização no ano de 2011, ganha centralidade na agenda política das juventudes. Estas precisam afirmar o seu direito de participar como sujeito estratégico do projeto de desenvolvimento do Brasil.
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Na gestão de Lula, o Governo Federal desenvolveu o Plano Brasil 2022. A proposta traz uma reflexão sobre o futuro do país, fixando metas para 2022, ano que o Brasil comemora o bicentenário de sua independência. Coordenado pela Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE), com representantes de todos os Ministérios, as Casa Civil e do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) o plano foi dividido em setores: Economia, Sociedade, Infraestrutura e Estado. O Plano constrói um balanço de cada setor e apontou metas e ações para os próximos anos no mundo, na América do Sul, no Brasil e também sinalizou metas para os próximos 100 anos para o país. A juventude deve ser se debruçar sobre este documento e apresentar ao Governo suas expectativas para o presente e futuro.
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Um salto necessário
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A 1ª Conferência de Juventude foi um marco importante para o Brasil. Mais de 400 mil jovens participaram de um processo inovador, que se tornou referência para a democracia participativa brasileira. Como exemplo, citamos a realização de Conferências Livres em todo o território nacional. Naquele momento o lema da Conferência foi “Levante sua Bandeira”. Foi a oportunidade de os/as jovens apresentarem à sociedade brasileira seus anseios e demandas.
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A 2ª Conferência Nacional de Juventude precisa dar um salto de qualidade, que amplie sua capilaridade e contribua para que a juventude opine sobre os grandes temas do país. Chegou a hora de afirmar quais são as políticas prioritárias do Governo Dilma, sugerir metas, prazos e como implementá-las com participação ativa da juventude. Para tanto, será preciso uma Secretaria Nacional de Juventude mais vigorosa, que consiga de fato assegurar a transversalidade de políticas universais que atendam a juventude no conjunto dos Ministérios de forma integrada, desenvolvendo sua capacidade de coordenar programas específicos inovadores. A 2ª Conferência precisa deliberar de maneira decisiva a necessidade de avançarmos nos marcos legais da juventude e, portanto, fazer avançar as leis que tramitam no Congresso, como o Plano Nacional de Juventude e o Estatuto da Juventude. Nesse sentido, a definição sobre quais são os direitos da juventude, quais são as políticas e programas prioritárias para garanti-los e qual é o modelo de gestão devemos ter para executá-los, devem constituir as questões provocadoras para a elaboração do texto base que circulará pelo Brasil para a discussão.
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A nova proposta de regimento da 2ª Conferência Nacional de Juventude apresentado pelo CONJUVE busca defender aspectos positivos da 1ª Conferência, como as Conferências Livres e criar novos mecanismos que ampliem a participação com a organização de um sistema que permita a participação virtual pela internet e as Conferências Territoriais, no âmbito dos Territórios da Cidadania, que permitirão maior participação dos/as jovens rurais, quilombolas, ribeirinhos e indígenas. Por fim, a 2ª Conferência deve disparar uma discussão nos movimentos, organizações, redes e fóruns de juventude para a construção de uma pauta unificada da juventude que ajude a consolidar um calendário de lutas para o próximo ano. Sem luta social organizada, sem pressão política, dificilmente avançará a Política Nacional de Juventude.
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(*) Presidente do Conselho Nacional de Juventude.
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FONTE: http://www.juventude.gov.br
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A marcha dos povos no FSM do Senegal

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Adriana Delorenzo
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No dia 06/02 teve início em Dacar o Fórum Social Mundial de 2011. Cerca de 50 mil pessoas participaram da marcha de abertura do evento, que partiu da sede da Radio Television Senegalaise (RTS) e foi até a Universidade Cheik Anta Diop, onde aconteceu o FSM. Ativistas e militantes altermundistas percorreram uma distância de cerca de quatro quilômetros sob um forte sol.
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Como é tradicional em todos os Fóruns, a diversidade de organizações e bandeiras de luta marcou a marcha. Por ser na África, muitos movimentos e manifestações culturais locais fizeram a diferença. A marcha contou com refugiados da Mauritânia no Senegal, ativistas em defesa da independência do Saara Ocidental e senegaleses reivindicando paz em Casamance (região do país onde há conflito por conta de um movimento separatista), entre outros militantes do norte da África. Em seu 10º aniversário, o FSM reuniu participantes e organizações de 123 países, Palestina e Curdistão. A grande maioria foi de países da África (45), seguidos dos europeus (29), asiáticos (22), centro-americanos e caribenhos (12), sul-americanos (10), norte-americanos (3) e países da oceania (2).
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Segundo Taoufik Ben Abdallah, um dos organizadores do Fórum Social Africano, a realização do FSM de Dacar mobilizou cerca de mil pessoas nos processos preparatórios. Em torno de 200 organizações participam do Comitê do Senegal, além de outras mil organizações africanas que se empenham na construção do evento. Para ele, um dos desafios do FSM na África foi o de construir uma nova relação entre os intelectuais e os movimentos sociais locais. “Na África não existe essa aliança”, diz. “Já na América Latina, muitos intelectuais fazem parte dos movimentos sociais e vice-versa”, acrescenta.
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Com a crise internacional, especialmente nos EUA e Europa, Taoufik avalia que se abriu um novo equilíbrio de poder global, onde há o crescimento do G-20 e novos atores, como os BRICs. Ele considera que a África precisa aproveitar essa nova oportunidade geopolítica de uma forma positiva, enfrentando os conflitos e a pobreza. Tanto a crise, como a África foram debatidas em muitas das quase mil atividades autogestionadas propostas pelas organizações que participaram do Fórum.
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O médico marroquino Abdelkebir Saaf deixou Rabat junto com 50 ativistas. Integrante do Fórum Civil Democrático de Marrocos, ele defende o direito à saúde e ao meio ambiente saudável para todos. “Na marcha, as pessoas exprimem seus desejos e grandes ideais. Depois teremos espaço para trocar experiências”, diz. Outra ativista presente na marcha inaugural do FSM foi Josephine Irene Uwamariya, de Ruanda. Diretora da organização Actionaid, ela atua em defesa dos direitos das mulheres. Mas a idéia é dar voz a elas, para que elas mesmas lutem por seus direitos. Questionada pela reportagem sobre a situação política de seu país, Josephine analisa que não há comparação com aquela retratada por Terry George no filme Hotel Ruanda, de 2004. Segundo ela, na última eleição parlamentar as mulheres conseguiram fazer 56% do total de eleitos.
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A colombiana Alexandra Patricia Jurado também levou ao FSM a bandeira das mulheres. Membro do Movimiento Social de Mujeres contra La Guerra y por La Paz, ela foi ao FSM para rechaçar todas as formas de violência. “Estamos congregados para ser um grito de protesto a todas as violações de direitos humanos, mas também para gritar ao mundo que estamos cansados de guerra e que continuam militarizando a vida e nossos corpos, como mulheres”, afirma. “Estamos cansados que os recursos sejam destinados cada vez mais a guerras e menos à educação, à saúde e à qualidade de vida justa e digna para todos os homens e mulheres do mundo."
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Já o vietnamita Tran Dac Loi conta que o principal desafio do movimento social daquele país é como manter o socialismo, num contexto de globalização capitalista. Vice-presidente da Vietnam Union of Friendship Organizations, ele afirma que os 25 anos de regime socialista no seu país trouxeram muitos benefícios ao povo. “Reduzimos a pobreza de 75% para 10%”, diz. “O socialismo visa o desenvolvimento da pessoa humana, já o capitalismo apenas o lucro”, defende ele, que ressalta o sentimento de solidariedade e fraternidade presente no Fórum Social Mundial.
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FONTE: http://www.revistaforum.com.br
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quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Educação e saúde: prioridades em João Pessoa

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Durante o discurso de abertura dos trabalho da Câmara Municipal de João Pessoa, o prefeito Luciano Agra (PSB) anunciou que a João Pessoa irá investir quase 50% dos seus recursos em saúde e educação. A previsão é que aproximadamente 30% dos recursos da PMJP sejam destinados à educação, através de ações como o reforço no Programa de Jovens e Adultos (EJA), erradicação do analfabetismo e abertura de três novas escolas padrão.
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Uma antiga necessidade, especialmente das famílias mais carentes, também será atendida com a implantação de 10 escolas em tempo integral, uma iniciativa que contribui para reforçar o aprendizado dos estudantes, ao mesmo tempo que traz mais tranquilidade e segurança para os pais, que poderão contar com um ambiente escolar para deixar seus filhos longe das ruas.
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A saúde pública também continua sendo uma prioridade para a gestão socialista, com investimentos de aproximadamente 16% da receita municipal. Os recursos estão viabilizando a ampliação da rede de urgência, com a construção de três UPAs e instalação de 16 novas USFs, além da construção da Central de Mediação e Terapias Intensivas, estruturação do Centro de Referência de Saúde do Trabalhador, reforma e ampliação do SAMU e a disponibilização de mais 30 leitos no Hospital de Trauma de Mangabeira, sendo dez deles reservados para desintoxicação do uso de drogas.
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Luciano Agra (foto acima) lembrou que a melhoria nos indicadores sociais do município tem uma relação direta com o modelo de geração de emprego e renda adotado pela atual gestão e já superou a ordem de R$ 25 milhões em investimentos. "Só pelo Empreender -JP, com suas 10 linhas de crédito, foram mais de 9 mil contratos firmados nos últimos cinco anos", completou. Outra meta para os próximos 23 meses será a diminuição do déficit habitacional da Capital com a construção de 12 mil moradias e a reurbanização de 20 comunidades localizadas em áreas de risco.
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O prefeito concluiu seu discurso na Câmara Municipal de João Pessoa destacando a parceria entre a PMJP e o Governo do Estado na busca de convênios e acordos que proporcionem o desenvolvimento socioeconômico da Capital. Ações como a revitalização do Porto do Capim, abertura de novas vias, construção de pontes e avenidas e ampliação da Estação Cabo Branco, que irá ganhar um novo anexo e três auditórios, foram pontuadas por Luciano Agra. "Estamos presenciando um raro momento de alinhamento administrativo entre os governos federal, estadual e municipal", finalizou.
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FONTE: http://www.paraiba.com.br
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A crise da hegemonia no Oriente Médio

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Emir Sader (*)
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A hegemonia do capitalismo no mundo se assentou na industrialização, que promoveu sua superioridade econômica, com todos os seus outros desdobramentos – tecnológicos, culturais, políticos. Esse processo se apoiou centralmente no petróleo como fonte energética, sem que a Europa ocidental – seu núcleo original – pudesse contar com petróleo.
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A hegemonia norteamericana consolidou o estilo de consumo da civilização do automóvel – a mercadoria por excelente do capitalismo norteamericano –, que acentuou o papel do consumo de petróleo. Embora os EUA tivessem petróleo, seu gasto excessivo fez com que suas fontes se aproximassem cada vez mais do esgotamento, além de que o montante que sempre precisaram os fez se somarem aos países que dependem da importação do petróleo. Estava assim inscrito no estilo de vida ocidental, a dominação dos países árabes, para dispor de petróleo a preços baratos. Esse esquema encontrou seu primeiro grande obstáculo com o surgimento de regimes nacionalistas, em países fundamentais na região, como o Egito e o Irã. Os problemas convergiram na crise de 1973, em que se uniram o aumento do preço do petróleo com a reivindicação do Estado palestino e a oposição ds governos árabes unidos a Israel.
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Diante da crise, os EUA passaram a operar em duas direções: intensificar os conflitos que dividissem o mundo árabe – como a guerra Iraque-Irã – e buscar formas de conseguir a presença permanente de tropas norte-americanas na região – obtida a partir da primeira guerra do Iraque. O enfraquecimento dos governos árabes e da sua unidade interna foi acompanhada da cooptação do governo do Egito – depois da morte de Nasser, primeiro com Sadat (o primeiro a normalizar relações com Israel) e depois com Mubarak, o que fez desse pais o aliado fundamental dos EUA no mundo árabe, recebendo a segunda maior ajuda militar de Washington no mundo, logo atrás de Israel.
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A diversificação das fontes de energia – com a importação de gás da Rússia – alivia um pouco a demanda de petróleo, mas incorpora a dependência de um país que tampouco aparece como confiável para a Europa. Mais seguro é o controle politico e militar da região pelos EUA, como garantia para a Europa. Os países europeus não participaram das guerras do Iraque – com exceção da Inglaterra -, mas as financiaram, pelos serviços que os EUA lhes prestam.
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A eventual perda do Egito como eixo do controle politico da região seria gravíssimos para os EUA – além da queda do ditador aliado na Tunísia e outros desdobramentos em países com governos similares na região. Além de que poderia contribuir decisivamente para romper o isolamento de Gaza, liberando a entrada via Egito, até aqui tão bloqueada como aquela controlada por Israel.
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A impotência norteamericana diante das formas tradicionais de intervenção militar confirma a decadência da hegemonia dos EUA, nesse caso em uma região e em um país chaves para seu sistema de dominação. Está claro que Obama já abandonou a possibilidade de sobrevivência de Mubarak, concentrando-se agora numa transição que permita a cooptação de quem vier a sucedê-lo. É um tema aberto, que pelo menos revela que a alternativa aos regimes ditatoriais da região não reside obrigatoriamente em forças islâmicas – argumento utilizado na lógica do mal menor de apoio a esses ditadores.
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Em condições culturais renovadas, o nacionalismo árabe pode renascer, agora articulando uma nova unidade de governos progressistas, anti-EUA e pró palestinos na região – a pior das possibilidades para Washington -, mas plenamente possível, pela intervenção espetacular dos povos desses países.
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(*) Sociólogo, cientista e doutor em Ciência Política pela USP.
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FONTE: http://www.viomundo.com.br
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