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Bertrand Sousa (*)
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As formas de transmissão de mensagens vêm acompanhando o desenvolvimento humano. Na época das cavernas, os povos primitivos comunicavam-se através de gestos entre emissores e receptores. O tempo passou e o homem conseguiu desenvolver a capacidade de falar, organizando a partir daí, códigos verbais entre as diferentes comunidades que habitavam o planeta.
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Nos dias atuais, a informação passou a ter uma dimensão automática, quase instantânea. E desde então vivemos na “era digital”, onde tudo, ou quase tudo, pode ser descrito por códigos binários. Com o advento da Internet, a rede mundial de computadores, as pessoas passaram a conviver diariamente com a velocidade e todo volume de conhecimento gerado pela humanidade nos últimos dois mil anos. A chamada “aceleração do tempo social”, resultante deste processo, trouxe possibilidades de comunicação e obtenção de informações nunca antes vistas, que continuam aumentando, exponencialmente.
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Nesse contexto, todo cidadão brasileiro deveria tratar a Comunicação como direito humano – e exercê-lo sempre – especialmente no que incide sobre a soberania nacional, a liberdade de expressão, a inclusão social, a diversidade étnico-racial, sexual, cultural, religiosa e de gênero, a convergência tecnológica e a regionalização da produção de conteúdos midiáticos. Entretanto, o que observamos, por exemplo, nos veículos de comunicação de massa paraibanos? Nada mais que a simples reprodução dos modelos impostos ao longo do tempo pela mídia conservadora (nacional e internacional), para favorecer as oligarquias familiares que monopolizam o mercado da informação.
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Portanto, os interesses econômicos dos sistemas de comunicação precisam ser revistos, sobretudo quando interferem e impedem a prática do Direito a Comunicação. Faz-se necessário exercer massivamente a cobrança junto aos órgãos competentes para que sejam cumpridas as normas relacionadas às concessões públicas de telecomunicações, que a regulamentação do setor seja aprimorada para respeitar sempre o interesse público e que os veículos de comunicação de massa realizem os processos midiáticos com ética, responsabilidade e qualidade informativa.
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Vale ressaltar que a produção, difusão e acesso às informações são requisitos básicos para o exercício das liberdades civis, políticas, econômicas, sociais e culturais. O monopólio dos meios de comunicação (mídias) representa uma ameaça à democracia e aos Direitos Humanos, principalmente no Brasil, onde a TV e o rádio são os meios de produção e distribuição de bens simbólicos mais disseminados. Por outro lado, o Brasil tem chamado a atenção mundial pela imensa quantidade de participantes em comunidades virtuais e redes sociais. Ferramentas como blogs, wikis e fóruns de discussão têm consolidado o conceito de comunidade virtual, evidenciando alterações na estrutura social brasileira.
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Com efeito, constata-se que as comunidades virtuais e redes sociais têm potencializado o diálogo e a organização de indivíduos - muitos jovens, inclusive - em novas estruturas, coletivas e colaborativas. Comunidades que surgiram na web passam a ter encontros presenciais. E com a multiplicação destas comunidades e grupos, surge uma nova dimensão de poder, que muitas vezes passa despercebida pelos próprios envolvidos. A evolução, a revolução e a transformação dependem de mudanças estruturais no cotidiano, na práxis social. Saudações socialistas!
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(*) Jornalista e secretário de comunicação da JSB-JP.
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