terça-feira, 24 de agosto de 2010


Um grande salto: a juventude precisa
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Hoje vivemos a maior geração de jovens de nossa História. São 50 milhões de brasileiros(as) entre 15 e 29 anos que precisam ser reconhecidos em um projeto nacional. Projeto que lhes assegure os seus direitos e, ao mesmo tempo, crie oportunidades para que possam exercer, na prática, um papel estratégico no processo de desenvolvimento do País. Afinal, este é o caminho que está sendo adotado pelas nações que se constituíram de forma verdadeiramente justa e democrática.
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Após a aprovação da PEC que inclui os jovens no rol de detentores de direitos fundamentais garantidos pela nossa Constituição, o tema ganhou “segurança jurídica”, além de reforçar a necessidade de duas outras matérias que se encontram em discussão na Câmara dos Deputados: o Plano Nacional de Juventude e o Estatuto da Juventude.
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Em paralelo a isso, os números oficiais demonstram claramente que os(as) jovens são as maiores vítimas da violência no Brasil e, sobretudo, temos altos índices (em crescimento) na Paraíba, se exacerbando de forma mais explícita nas taxas de homicídio. A violência, e acima de tudo, a falta de um projeto de Segurança Pública efetivo para o nosso Estado, tem sido motivo de muita preocupação para a sociedade paraibana.
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Dados do Mapa da Violência 2010: anatomia dos homicídios no Brasil, organizado pelo professor Júlio Jacobo, do Instituto Sangari, nos trazem algumas reflexões inquietantes. João Pessoa, por exemplo, saiu da 16ª para a 4ª posição, percorrendo um caminho contrário a maioria das capitais. Já Campina Grande é a 10ª cidade em número de homicídios, com 383 mil habitantes e 71 homicídios/ano. Isso tudo em um Estado que encabeça a lista de vitimização da juventude negra. Morrem na Paraíba 1.189% mais jovens negros do que brancos (12 vezes mais).
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É importante ressaltar que a Paraíba há anos sofre com a falta de planejamento estratégico de políticas públicas integradas para por em prática ações efetivas para combater a violência. No tocante as Políticas Públicas de Juventude (PPJs), o atual (des)governo não consegue avançar em absolutamente nenhuma área.
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Na Educação, o resultado do último Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) comprova as afirmativas. Dos 20 piores resultados do ENEM na Paraíba, 16 são de escolas estaduais. Na Saúde fica clara a inoperância deste governo quanto às ações de prevenção e tratamento dos(as) jovens dependentes de álcool e outras drogas, sobretudo o crack. Na questão relacionada à geração de trabalho e renda é um mito.
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É necessário que avancemos. É preciso fortalecer o órgão executor de PPJ na Paraíba e o Conselho Estadual de Juventude; potencializar o orçamento referente à temática; e, acima de tudo, garantir um debate amplo e franco com todas as juventudes e instituições do nosso Estado, a fim de construir um Plano Estadual de Juventude que compreenda e contemple as reais necessidades e desafios da juventude paraibana.
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