Rômulo Halysson (*)
Pela ação de ONGs, movimentos sociais, de outros segmentos e, principalmente, dos próprios jovens um amplo processo de afirmação da necessidade de reconhecê-los enquanto sujeitos de direitos vem ganhando força e legitimidade. Nesse contexto o tema da juventude impôs-se na pauta das políticas públicas, mas são muitos os desafios e muitas as concepções que buscam orientá-las. Diversos movimentos juvenis procuram – cada um a sua maneira – contribuir para a inserção das questões da juventude nos espaços públicos onde se negociam direitos e políticas através de diversas estratégias. Dentre as quais, produzir e disseminar conhecimento sobre a juventude, suas expressões, fortalecer os grupos e organizações como forma de promover e difundir o chamado “protagonismo juvenil” e apoiar a criação, o desenvolvimento e avaliação das políticas públicas de juventude pelos poderes constituídos.
Atualmente, uma forte mobilização de diversos setores da sociedade como universidades, movimentos sociais e alguns governos municipais e estaduais comprometidos com a causa se aproximam no sentido de travar os diálogos necessários para o fortalecimento dos temas da juventude. Esse momento se apresenta como o instante mais estratégico para firmarmos a idéia dos jovens enquanto sujeitos de direitos.
Em alguns estados e municípios, programas são desenvolvidos como forma de governos e prefeituras darem sua “parcela de contribuição” para a temática. Tais iniciativas isoladas, na maioria das vezes, acabam não tendo resultados interessantes. O que precisamos compreender, de fato, é a importância das políticas públicas de juventude como políticas de estado e não simplesmente de governos, que em alguns casos usam a tais programas como meras peças de publicidade para esta significativa camada da sociedade. Torna-se necessário a construção de uma rede de ações, sincronizadas desde a menor a maior que tenham resultados eficazes.
Aqui em nossa cidade iniciativas vem tendo resultados animadores, o projeto "Juventude Fazendo Arte" da Prefeitura de João Pessoa – que leva oficinas de arte e cultura para os Centros de Referência da Juventude – vem tendo diversas vitórias sobre as celeumas sociais que assolam as muitas comunidades atendidas nestes locais. Nos CRJs o aprendizado nas oficinas é somado a rodas de diálogos sobre o universo juvenil e suas complexidades, participação social, protagonismo. Só em 2007 mais de 3.000 jovens passaram por estas oficinas.
Enfim, a concepção que estereotipa o jovem como um problema, um risco para si mesmo e para a sociedade, precisa ser banida do olhar social e, os governos precisam assumir de fato o seu papel, a partir da busca de soluções aos problemas da contemporaneidade, que, efetivamente, assolam a vida da nossa juventude. Ainda há muito a se fazer, mas ninguém consegue correr se não der o primeiro passo, e ouvir a juventude, suas inquietações e possibilidades é o melhor começo.
(*) Secretário Municipal da JSB em João Pessoa
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