quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Dilma, 1ª mulher eleita presidente do Brasil
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Luiza Villaméa
Cláudio Sequeira
Hugo Marques
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Exatamente às 20h14, do domingo 31/10, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Ricardo Lewandowsky, condedeu uma pequena entrevista coletiva anunciando que já tinha o resultado das eleições presidenciais de 2010. A poucos quilômetros dali, em uma ampla casa no Lago Sul, uma das regiões mais nobres de Brasília, Dilma Rousseff e seus principais assessores acompanhavam atentamente a fala do presidente do TSE. Mal Lewandowsky terminou de pronunciar a frase “oficialmente eleita”, Dilma bateu com as duas mãos sobre as pernas, levantou-se do sofá e disse: “Acabou!"
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As pessoas que dividiam com ela a ampla sala da casa que se tornou o quartel general da campanha não tiveram dúvidas de que Dilma falava muito mais para si mesma do que para os seus interlocutores. Em poucos segundos um clima de euforia contida tomou conta do ambiente. Dilma foi abraçada de forma efusiva por Fernando Pimentel, pelo deputado federal Antônio Palocci, pelo presidente do PT, José Eduardo Dutra, e pelo secretário geral do partido, José Eduardo Cardozo, os três mosqueteiros que dividiram as últimas e apreensivas horas com a presidente eleita.
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Da mansão no Lago Sul, Dilma saiu diretamente para o Hotel Naoum, onde um batalhão de correligionários, lideranças partidárias e um pequeno exército de jornalistas brasileiros e estrangeiros a aguardava. Lá, em um discurso sem arroubos épicos, afirmativo e conciliador, Dilma reafirmou seu compromisso com a democracia e as liberdades individuais dos brasileiros. “Zelarei pela mais ampla e irrestrita liberdade de imprensa. Zelarei pela mais ampla liberdade religiosa. Zelarei, enfim, pela nossa Constituição, dever maior da Presidência da República”, disse a presidente.
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Durante o discurso, de exatos 25 minutos, Dilma Rousseff também procurou dissipar o clima beligerante que tomou conta de todo o segundo turno de uma das eleições mais agressivas do país desde o fim da Ditadura Militar, em 1985. “Aos partidos de oposição e aos setores da sociedade que não estiveram conosco nessa caminha, estendo minha mão. De minha parte não haverá discriminação, privilégios ou compadrio”, afirmou a presidente eleita, para logo em seguida deixar-se emocionar ao agradecer ao presidente Lula pelo apoio que lhe deu antes e durante toda a corrida eleitoral.
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Ao fim do discurso, Dilma não ficou para a festa. Preferiu ir direto ao Palácio da Alvorada agradecer pessoalmente seu padrinho num encontro reservado e cheio de emoção. Assim que chegou à sua futura residência, Dilma recebeu um abraço apertado de Lula, um beijo no rosto e ouviu: “Parabéns! Você conseguiu! Você foi guerreira, merecedora da vitória”, afirmou o presidente, diante do ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, e do ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha.
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Mais do que conseguir uma vitória política na noite do dia 31/10, Dilma Rousseff entrou em definitivo para a História do Brasil. Cinco séculos após o descobrimento do País e 121 anos depois da proclamação da República, pela primeira vez uma mulher é escolhida para comandar a uma das cinco maiores democracias do mundo. Eleita com mais de 55 milhões de votos, ou 56% da votação válida, Dilma Vana Rousseff se tornou a 36º presidente e a 19º pessoa a ser escolhida por decisão direta do povo brasileiro para comandar o País. Ainda no começo de seu pronunciamento de vitória Dilma deixou claro que sabe exatamente a dimensão do acontecimento. A presidente eleita fez questão de dizer que seu primeiro compromisso como maior mandatária do País seria honrar as mulheres brasileiras, “para que este fato, até hoje inédito, se transforme num evento natural”. Leia o texto completo clicando aqui.
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FONTE: http://www.istoe.com.br
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